As verrugas na região do ânus são ocasionadas pelo papiloma vírus humano, popularmente conhecido como HPV.
Este vírus sempre foi associado a infecções do colo do útero nas mulheres e pode evoluir até se tornar um câncer local.
Nesse ponto, é importante ressaltar que, por se tratar de um vírus sexualmente transmissível, ele também pode comprometer outras partes do corpo como boca, pênis e ânus.
Existem mais de 100 tipos de vírus, no entanto, os 4 mais comuns são: os tipos 6 e 11, que são os principais responsáveis pela formação de verrugas e apresentam baixas possibilidades de desenvolver câncer na região do ânus e os tipos 16 e 18, com alto risco.
Dentre os sintomas mais comuns podemos destacar a coceira, sangramento, nodulações, dor e saída de secreção.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por um médico especialista.
O exame de anuscopia pode ajudar na visualização de possíveis lesões localizadas no interior do ânus, conhecido como canal anal.
Um aparelho de colposcópio similar a um microscópio, utilizado para aumentar o tamanho da imagem, também pode ser utilizado para auxiliar na visualização de lesões mínimas .
Aqui também é importante deixar claro que, nem sempre uma lesão ao redor do ânus representa uma penetração anal. O simples contato de secreções e pele já pode contaminar a região.
Outra dúvida bastante comum, especialmente para pessoas casadas ou que estão em um relacionamento longo é: será que fui traído(a)?
Muita calma nessa hora!
Isso porque o vírus pode ter se alojado no seu organismo ou no organismo de seu parceiro (a) por muitos anos e ser reativado a qualquer momento, especialmente quando o sistema imunológico está mais baixo.
Se você se identificou com algum desses sintomas, procure imediatamente um médico proctologista para que este possa te auxiliar e conduzir ao melhor tratamento. Além disso, não fique assustado caso ele solicite exames para descartar outras doenças sexualmente transmissíveis.
Lembre-se sempre, a prevenção é muito importante.
Mas como tratar as verrugas no ânus?
As lesões ao redor do ânus podem ser facilmente tratadas com pomadas abrasivas ou que alteram o sistema imune do local.
Elas possuem um sistema de aplicação que deve ser respeitado, do contrário podem facilitar a evolução de lesões graves na pele.
Lembre-se de não ter pressa! Um bom tratamento pode levar algumas semanas.
Diferentemente de outras especialidades médicas como urologista e ginecologista, grande parte dos coloproctologistas tendem a reservar o tratamento com ácidos apenas para as lesões do canal anal que não apresentam sensibilidade e dor.
Em caso de lesões múltiplas, que ficam voltando com frequência ou que não apresentam melhora com o tratamento clínico, podemos optar pelo tratamento cirúrgico (cauterização com bisturi elétrico).
Nesses casos, é recomendado que o procedimento seja realizado em um centro cirúrgico com internação hospitalar.
Geralmente, o paciente recebe alta no mesmo dia ou fica apenas 1 dia no hospital.
A anestesia mais utilizada pelos médicos é a raquianestesia que provoca dormência em todo o quadril.
Como é o Pós-operatório? Dói muito?
O pós-operatório de quem tratou as verrugas da região anal é um pouco complicado uma vez que trata-se de uma queimadura no local. Felizmente, o uso de remédios para dor, anestésicos, pomadas e o banho de assento ajudam bastante.
A primeira evacuação após o procedimento pode ser bastante dolorosa e muitas vezes é necessário que o paciente faça a ingestão de laxantes para facilitar o processo.
A recuperação total demora cerca de 1 a 3 meses e, durante este período, sintomas como ardência, pequenos sangramentos, coceira e umidade local podem aparecer.
Como prevenir o HPV?
Infelizmente, mesmo com o uso recorrente de preservativos, a contaminação pode acontecer visto que a transmissão também ocorre por meio do contato da pele local.
Mas isso não significa que você pode ter relações sexuais desprotegidas. Lembre-se que os preservativos protegem contra outras doenças sexualmente transmissíveis como HIV, hepatite, sífilis, gonorreia, etc.
Além disso, o uso da camisinha também diminui o risco de contaminação pelo HPV.
HPV tem cura?
É possível que o organismo consiga eliminar o vírus em um período de até 2 anos, no entanto, é de extrema importância que sejam feitos exames e acompanhamento médico para evitar complicações futuras.
O ideal é que pacientes que já tiveram a doença façam uma consulta ao especialista 1 vez por ano para se certificar que está tudo bem.
HPV vira câncer?
O câncer de ânus ocorre pelo HPV em, aproximadamente, 80% dos casos, porém trata-se de um câncer raro que se desenvolve em apenas 1-2% dos contaminados.
O diagnóstico é feito através de biópsias e o tratamento consiste em quimioterapia + radioterapia (com excelentes respostas) ou cirurgia.
Conclusão
O HPV é uma doença bastante comum na população.
Pessoas imunossuprimidas, praticantes de sexo anal e mulheres com histórico do vírus na região vaginal devem ficar sempre em alerta para possíveis riscos de contaminação.
Em caso de dúvidas, procure um médico coloproctologista.